Que os mitos fazem parte do quotidiano do Homem contemporâneo não existe dúvida, pois os mitos adquiriram um papel essencial no desenvolvimento cultural em todo o mundo. Desde os tempos primitivos que os mitos foram evoluindo, adaptando-se à realidade atual.
Os mitos podem ser caraterizados sob diferentes perspetivas. São histórias ficcionais, didáticas ou moralistas, de cariz fantasioso e têm diversas funções como educar, proteger, e limitar. É impossível negar a sua importância em certos acontecimentos hipotéticos que regem os tempos atuais. O conceito de mito é vulgarmente associado à Antiguidade, ou à religião; mas nos dias de hoje são utilizados, inconscientemente, até por pessoas que se consideram céticas.
Hoje o mito oculta-se tanto na sociedade em geral como nas próprias pessoas, é popular. A sociedade faz o mito tanto quanto o indivíduo o faz.
Por exemplo, considero que:
O indivíduo tem um papel a desempenhar, consoante o grupo a que pertence;
O indivíduo pertence a um grupo para ser aceite na sociedade;
A sociedade é feita de indivíduos;
A ideia de sociedade é um mito;
As regras dos grupos têm bases mitológicas.
Ou seja, as regras que delimitam um determinado grupo são feitas segundo a opinião particular dos indivíduos do grupo. O objetivo dessas regras é manter o grupo controlado, uniforme e unido.
A consciência humana sobrevaloriza a ideia de sociedade, ou a ideia dos outros que avaliam, ou a ideia do Deus que observa. Estas ideias são mitos que caraterizam toda uma cultura, pois todos os seus aspetos particulares e únicos se mostram parte de determinada cultura. Têm importância no quotidiano porque, enquanto humanos racionais, os indivíduos agem conforme as regras que impostas por si próprios. O nosso comportamento é condicionado à cultura em que nos encontramos, pois o mito é feito na própria mente.
O mito encontra o seu foco no plano espiritual, pois conta factos inexplicáveis por ciências exatas; está associado ao desconhecido. Mas, mesmo tendo uma componente tão subjetiva, o mito tem uma importância crescente na sua relação com a ciência.
Considerei curiosa uma entrevista de Michael Shermer, diretor da revista Skeptic, onde afirma dedicar-se a acabar com mitos. Logo de relance considerei leigo o seu título de desmitificador. Por outro lado achei deveras interessante uma resposta:
Não há provas para quase todas as coisas em que a maioria das pessoas acredita. Tomamos decisões pela intuição e depois vamos atrás das razões pelas quais decidimos acreditar em determinada religião, partido político, ideologia ou comportamento social. Não somos racionais, mas somos “racionalizadores”. Ou seja: acreditamos em coisas por uma grande variedade de razões psicológicas (…) e, uma vez que nos comprometemos a acreditar (…)passamos a vida à procura de razões para justificar a nossa crença.
Michael Shermer, entrevista na Sábado nº256
É de notar o conceito racionalizador, pois é interessante considerar que o mito evolui consoante a inteligência de cada pessoa. Ao contrário de Shermer, penso que o mito não é prejudicial ou inofensivo, é sim parte constituinte da evolução humana. Os indivíduos articulam de uma forma coerente, ou nem tanto, os factos mitológicos; mas considero que todos os indivíduos o fazem, quer o saibam ou não.
Portanto, o mito cresce em qualquer e toda a pessoa, com formas ou sentidos diferentes uns dos outros; o mito e o indivíduo fazem parte de uma mesma e única realidade, como reflexo um do outro.
Gostei muito do texto! Belo tema e muito bem exposto! Bjinho Joana
ResponderEliminarMuito bem redigido e informativo este texto, parabéns.
ResponderEliminarse é burro vey.....
ResponderEliminarTexto muito bom, ajuda bastante na hora de pesquisa! Deveria divulga-lo.
EliminarParabéns
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