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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O teatro na Grécia Antiga

O teatro na Grécia Antiga:

No século VI a.C. verifica-se uma tentativa de libertação das convenções e rituais religiosos para se tornar o teatro numa forma de arte, através do desenvolvimento do ditirambo.

O ditirambo era forma de canto coral entoado em honra do deus do vinho (Díonisio ou Baco). Ao princípio, tinha uma estrutura narrativa, posteriormente, com o surgimento de um diretor de coro e com a introdução de um ator usando máscaras diferentes para recriar situações e personagens diversas, dá o primeiro passo para a representação dramática; possibilitando o diálogo entre o coro e o ator e a abordagem de histórias e temas mais complexos. 

Aristóteles na “Poética” defende o ditirambo como a origem da tragédia grega. 
De acordo com a lenda foi Thespis o inventor do drama e o primeiro a introduzir a figura de um único ator que dialogava com o coro. Acredita-se ter sido também Thespis o introdutor do uso da máscara, não só para disfarçar os atores como para os identificar com estereótipos sociais, e para que os actores masculinos pudessem mais facilmente representar personagens femininas. 


Com Ésquilo, Sófocles e Eurípides, as tragédias eram escritas em verso e divididas em cenas nas quais alternavam as falas das personagens (não mais de três) e a intervenção do coro. 

As tragédias baseavam-se em lendas e histórias muito antigas, tecendo sempre considerações à posição do Homem no mundo e às consequências das suas acções individuais, sendo interpretadas à luz de ideais religiosos, morais e políticos. 

No que diz respeito à organização da cena: as tragédias representavam verticalmente a organização do cosmos; ou seja, a parte superior era reservada ao divino, a parte inferior representava o local de exílio ou de punição das personagens e o meio correspondia à área relativa ao plano terrestre, representado por um palco circular onde a ação decorria. 

O coro funcionava muitas vezes como a voz da razão que o protagonista conhecia.

Os três grandes dramaturgos:

Ésquilo:
  • Nasceu em Elembis na data de 525/525 a.C. e morreu em Gela a 456/455 a.C;
  • O seu 1º triunfo foi em 484 a.C. e ganhou 12 vezes;
  • Em 472 a.C. triunfa em Atenas com os “Persas”;
  • As suas tragédias eram basicamente compostas por 2 atores e pelo coro;
  • Era representado um herói solitário que enfrentava o seu destino ou o interior da sua alma;
  • O espetador deve aprender sofrendo, logo o herói trágico deve ser representado à sua semelhança;
  • Não se enquadra na “Poética” de Aristóteles porque este diz que o efeito chocante deve ser evitado, o que não acontece quando os inocentes são castigados.


Sófocles:
  • Nasceu em 497/496 a.C. e morreu em 406 a.C.;
  • A 1ª apresentação da sua tragédia foi em 468 a.C., tem 18 triunfos registados em concursos;
  • Tinha uma trilogia de peças insólitas e independentes;
  • Sófocles introduz um terceiro ator para acentuar a complexidade do protagonista;
  • Manteve-se a importância do coro para preencher intervalos entre cenas, continuando ligado à acção, com algumas personalidades, opiniões pessoais e não sendo o porta-voz do poeta.

Eurípides:
  • Nasceu em 485/484 a.C. e morreu em 406 a.C;
  • A sua 1ª apresentação foi em 455 a.C. o seu primeiro triunfo em 441 a.C; teve 3 triunfos em vida, pois os temas não eram bem reagido na época;
  • Apresentava paixões, ideias filosóficas sobre a vida e doutrinas;
  • Introduz mais personagens.


Trágico:

  • Algo de terrível, um momento ou estado de espírito em que os homens se deixavam levar pelas paixões, ultrapassa os limites do normal;
  • A palavra podia levar a prever os destinos fatídicos e a uma maneira de ver o Mundo;
  • Para Aristóteles a catarse era finalidade da poesia trágica;
  • A catarse aristotélica era transmitida através do alívio, combinado com o prazer pois não tinha efeito moral;
  • “Todo o trágico se baseia numa contradição inconciliável” (Goethe): define o conceito de trágico pois para haver efeito trágico tem que haver dignidade na queda;
  • Surge quando uma posição de fortuna cai devido a uma falha, o sujeito do ato trágico tem consciência do sofrimento imerecido;
  • Imita ações e vida, não as pessoas;
  • A evolução da tragédia reflete-se na história de Atenas: na vitória da democracia, no aparecimento dos sofistas e nos seus novos ensinamentos e pensamentos.

Estrutura da tragédia:
  • Prologo - apresentação do argumento;
  • Párodo - entrada do coro a cantar;
  • Episódios partes faladas intercaladas com os
  • Estasimos - partes cantadas e com os
  • Kommoi - partes musicais, com dança e canto;
  • Êxodo - saída do coro
    O estasimo é a primeira manifestação de uma repartição da história em actos (momentos de pausa e reflexão).


2 comentários:

  1. Por falar em trágico e em gregos ... falta o sócrates ... que é trágico ... e agora estamos a ver-nos gregos :(

    Hasta

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  2. Se o problema fosse só a herança socrática estavamos nós bem. As Erínias é que estão descuidadas e não têm punido os "deuses" intocáveis como deveriam!
    O

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